Há poucos dias assisti a um programa interessante no History Channel. Foi uma tentativa de trazer à baila e decifrar algumas profecias de Nostradamus, dos Incas e de uma pitonisa, cujo nome já nem mais me lembro. O programa versava, mais especificamente, sobre o fim dos tempos. Segundo os oráculos, o ano de 2012 chegará, mas não passará.
Dada a minha situação de quase absoluta inatividade física (não sei por quais cargas d’água, mas todo aposentado acha que cama e rede são sinônimas de aposentadoria), resta-me apenas tentar exercer uma gestão sobre minhas atividades mentais, que são, por natureza, indomáveis. Tenho a impressão que meus neurônios se robustecem a cada dia. O tônus neuronal está invejável. Há momentos em que chego a acreditar que não estão muito longe da excelência. Sinto-os permanentemente azeitados. Estão, realmente, me surpreendendo. Mais ainda, quer me parecer que eles geraram um outro eu dentro do meu eu. Seria um alter ego?
Após o dito programa profético, eles, meus neurônios, me apresentaram algumas conclusões estarrecedoras e quase chegaram a me convencer. De verdade, ainda carrego algumas dúvidas. Apresentaram-me uma teoria, não revolucionária, mas razoavelmente aceitável, cuja conclusão é a concordância com as profecias. Concluíram e tentaram me provar que realmente o mundo começará a findar em 2012. Estão se transformando, meus neurônios, é claro, em verdadeiros cenaristas.
Segundo eles, os Bancos americanos, europeus e asiáticos, ao divulgarem seus balanços em março e abril deste ano, tentarão camuflar seus prejuízos astronômicos, mas não conseguirão. Pelo contrário, esta tentativa aprofundará mais ainda a insegurança financeira mundial. Os Governos tentarão garantir os passivos bancários, mas as reservas monetárias irão, aos poucos, se tornando insuficientes. Os Governos se transformarão em monte socorro. Estatizações estarão na ordem do dia. A ingerência dos Governos nos mercados será absoluta. A desconfiança dos investidores, aplicadores e depositantes nos Bancos chegará a patamares insuportáveis. A quebradeira bancária se generalizará. Os processos produtivos vão se esvair paulatinamente. O comércio entre as nações sofrerá mudanças bruscas. Tentarão, até mesmo, o escambo, pois o dinheiro irá perder constantemente seu valor. O desemprego grassará. A segurança do cidadão deixará de existir. Será cada um pra si. Os países produtores de petróleo, dada a falta de pagamento e de dinheiro, reduzirão aos poucos sua produção. Teremos uma crise energética monstruosa. A produção de alimentos será insuficiente para matar a fome. Por três longos anos a humanidade buscará soluções e não as achará. Aí, então, os países poderosos tentarão se prevalecer. China, Rússia, Índia, Estados Unidos e Europa utilizarão todos meios para garantirem a sobrevivência de suas populações. Oriente Médio, África e América Latina serão seus alvos. Entre esses blocos serão gerados conflitos de interesses. Serão belicosos. Energia e alimento serão as necessidades maiores. Será o início da catástrofe final. As hordas varrerão o mundo. Voltaremos à época dos grandes conquistadores. Enfim, a fome, as pestes e as guerras, em menos de uma década, reduzirão a humanidade em pó.
Meus neurônios estão mesmo apocalípticos. Não ouso refreá-los. Afinal o maior dom que recebemos, segundo meus critérios, é a liberdade. O livre arbítrio é, talvez, o viés maior desse dom. Eles passaram uma vida meio que castrados. A eles foram impostas muitas regras. Mesmo contrariados, sempre foram obedientes. Então, que eles trabalhem agora por conta própria. Nada de amarras. Que naveguem sem âncoras pelo mar do imaginável e do inimaginável! Liberdade, mesmo que tardia!
Ah! Um tanto quanto meio abusados, profetizam, ainda, que Lula e Carlos Minc, do Meio Ambiente, após a eleição de 2010, serão queimados vivos em praça pública. O fogo será ateado com as páginas dos Decretos 6.514 de 22/07/08 e 6.686 de 10/12/08. Esses meus neurônios!!!
Martins
17/02/09
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